Como outros aspectos da vida romana, a sexualidade foi apoiada e regulada por tradições religiosas.
Tanto o culto público do Estado quanto os cultos privados convergiam para práticas religiosas e mágicas. A sexualidade era uma categoria importante do pensamento religioso romano. O complemento do masculino e feminino foi fundamental para o conceito romano de divindade. Entre os objetos religiosos, o falo sagrado sempre foi muito importante e usado pelos romanos. Em linhas gerais, ele era um símbolo apotropaico, ou seja, tinha o poder de afastar o azar e as influências maléficas, ao mesmo tempo em que simbolizava a proteção junto à ideia de fertilidade e vida.
Os sacerdotes romanos deveriam se casar e ter família.
Cícero declarou que o desejo (libido) de procriar era "o canteiro da República", como era a causa da primeira forma de instituição social, o casamento. O casamento produzia filhos e, por sua vez uma "casa" (domus) para a unidade da família, que era o alicerce da vida urbana. Muitas festas religiosas romanas tinham o elemento da sexualidade. Os Lupercalia, em fevereiro, comemorados até o século V da era cristã, incluíam um rito de fertilidade arcaico. Na, Floralia, mulheres dançavam nuas. Em certos festivais ao longo de abril, as prostitutas também participavam, com reconhecimento oficial. A associação entre a reprodução humana, a prosperidade geral e o bem-estar do Estado sempre foi encarnada pelo culto romano de Vênus, que difere de sua contraparte grega Afrodite em seu papel como mãe do povo romano através de seu filho semi-deus, Eneias.
Durante as guerras civis dos anos 80 a. C., o general Sila, prestes a invadir seu próprio país com as legiões sob seu comando, emitiu um denário representando uma Vênus coroada como sua protetora pessoal e um Cupido segurando um ramo de palma da vitória, e no reverso troféus militares que remetiam aos áugures. As divindades e as ligações de amor e desejo com o sucesso militar e a autoridade religiosa eram representadas nessas imagens ou objetos. Cupido inspirou o desejo, e o deus importado Priapo representava a luxúria bruta ou humorística; Mutuno Tutuno, equivalente latino de Priapo, promovia o sexo marital. O deus Liber supervisionava respostas fisiológicas durante a relação sexual. Quando um jovem assumia a toga viril, se tornava seu patrono - de acordo com os poetas líricos, ele deixava para trás a modéstia inocente (pudor) da infância e adquiria a liberdade sexual (libertas) para iniciar seu curso de amor.
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