sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O Militarismo romano

    A partir do século IV a.C., o Estado romano empreendeu uma série de conquistas militares que tinham por objetivo inicial evitar a afronta dos povos vizinhos e ampliar a oferta de terras férteis e pastos. Contudo, o crescimento da população e a experiência acumulada nos conflitos transformaram essa ação de defesa e sobrevivência em uma importante fonte de riquezas para Roma. Dessa forma, ao longo de cinco séculos, os romanos conquistaram regiões na África, na Ásia e na Europa.
   Contudo, para conseguir subjugar a imensa quantidade de povos que habitavam tais regiões do globo, os romanos tiveram que aprimorar a organização de seu contingente militar. A alta cúpula do exército era preferencialmente controlada por cidadãos de Roma ou de indivíduos de outras regiões que eram agraciados com a cidadania. Além disso, contavam com a força trazida pelos membros de comunidades dominadas que não possuíam nenhum direito de cidadania.
   Outro fator de sucesso no projeto militar romano está intimamente ligado ao fato de não possuírem um oneroso exército permanente. Quando necessário, os romanos e demais povos subordinados eram convocados a participarem de alguma importante investida militar. Para que o rápido agrupamento dos soldados acontecesse, o Estado romano teve a perspicácia de construir um conjunto de estradas que interligava as várias e distantes regiões do império.
    O sustentáculo fundamental da força militar romana se concentrava nas chamadas legiões. Cada uma delas era integrada por seiscentos homens, sendo uma metade formada por cavaleiros romanos e os demais trezentos soldados de algum outro povo aliado. As legiões eram costumeiramente divididas em manípulos, grupos de duas centúrias que correspondiam a um ajuntamento de duzentos soldados. Finalmente, tínhamos as decúrias, as menores unidades militares formadas por dez soldados.
    Ao mesmo tempo em que organizavam uma complexa hierarquia militar, os romanos também tiveram o cuidado de incrementar a sua tecnologia de guerra. Desenvolveram armas pesadas que conseguiam pôr muralhas e fortalezas abaixo. Além disso, as técnicas de organização e defesa foram aprimoradas com a montagem de acampamentos e a construção de fortificações protegidas por fossos e paliçadas.
    A distribuição do exército no campo de batalha era realizada de acordo com a experiência acumulada por cada um dos combatentes. Os hastati empunhavam armas mais leves e geralmente tinham pouca vivência de guerra. Atrás dessa linha de frente estavam ospríncipes e triarii, veteranos que manejavam as armas mais pesadas e eram acionados somente quando o confronto ficava mais acirrado.
    Os mecanismos de subordinação e controle do Exército Romano eram extremamente rigorosos. Quando descumpria uma ordem ou desertava, um soldado poderia ser punido com trabalhos forçados, espancamento e, em casos mais graves, com a decapitação. Em contrapartida, aqueles que se destacavam por algum feito militar brilhante poderiam receber grandes homenagens e ser premiados com terras e artigos luxuosos. Os generais vitoriosos adentravam Roma acompanhados por músicos, espólios e prisioneiros.
   Com o passar do tempo, a influência política exercida junto aos soldados e a importância econômica das conquistas militares estabeleceram a ascensão política de membros do exército romano. Inicialmente, esses ampliaram seus direitos de posse sobre as terras conquistadas e os escravos capturados. Logo em seguida, se transformaram em uma classe enriquecida que também poderia ocupar magistraturas ou conquistar uma cadeira no Senado.

A Política do Pão e Circo

    A política do Pão e Circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. Esta frase tem origem na Sátira X do humorista e poeta romano Juvenal (vivo por volta do ano 100 d.C.) e no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento.
    Com a sua gradual expansão, o Império Romano  tornou-se um estado rico, cosmopolita, e sua capital, Roma, tornou-se o centro de praticamente todos os acontecimentos sociais, políticos e culturais na época de seu auge. Isso fez naturalmente com que a cidade se expandisse, com gente vindo das mais diferentes regiões em busca de uma vida melhor. Como acontece até hoje em qualquer parte do mundo, pessoas humildes e de poucas condições financeiras iam se acotovelando nas periferias de Roma, em habitações com conforto mínimo, espaço reduzido, de pouco ou nenhum saneamento básico, e que eram exploradas em empregos de muito trabalho braçal e pouco retorno financeiro.
    Esses ingredientes, em qualquer sociedade são perfeitos para detonarem revoltas sociais de grandes dimensões. Para evitar isso, os imperadores optaram por uma solução paliativa, que envolvia a distribuição de cereais, e a promoção de vários eventos para entreter e distrair o povo dos problemas mais sérios na fundação da sociedade romana.
    Assim, nos tempos de crise, em especial no tempo do Império, as autoridades acalmavam o povo com a a construção de enormes arenas, nas quais realizavam-se sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas, espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. Outro costume dos imperadores era a distribuição de cereais mensalmente no Pórtico de Minucius. Basicamente, estes "presentes" ao povo romano garantia que a plebe não morresse de fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal prática era que, ao mesmo tempo em que a população ficava contente e apaziguada, a popularidade do imperador entre os mais humildes ficava consolidada.
    Para os espetáculos eram reservados aproximadamente 182 dias no ano (para cada dia útil havia um ou dois dias de feriado). Os espetáculos que foram se desenvolvendo em cada uma dessas férias romanas, tinham sua origem na religião. Os romanos nunca deixavam de cumprir as solenidades, porém não mais as compreendiam e os festejos foram deixando de ter um caráter sagrado e passando a saciar somente os prazeres de quem os assistia.

"A Paz Romana"

    Otávio que assumiu o poder em 31 a.C. se autoproclamou Imperador, a partir deste momento esse período da história romana passou a ser denominado pelos historiadores de Império. Para os romanos o regime político que se instituiu foi o Principado, em especial, porque Otávio era considerado princeps (primeiro cidadão de Roma), era ele quem tinha a primeira palavra no Senado.
    As instituições republicanas ainda existiam, porém todas elas estavam sob o seu controle, ele ocupava os principais cargos, indicava os senadores e outros magistrados, era chefe militar, decidia sobre todos os assuntos importantes e era a autoridade religiosa, recebendo em 27 a.C. o título de Augusto (consagrado, divino).
    O Senado portanto, passou a ser um órgão figurativo, não tinha mais nenhum poder de decisão. É muito importante compreender como que os Senadores permitiram essa concentração de poderes nas mãos de Otávio Augusto sem nenhuma objeção. Vamos lembrar que muitos deles foram nomeados pelo próprio Imperador, enfraquecendo a oposição. Com o desenvolvimento do comércio uma nova classe social, os equestres, passaram a compor a magistradura, funções anteriormente reservadas aos aristocratas, dando total apoio às decisões tomadas pelo governo. E por último, criou o seu próprio exército, com a função de protegê-lo, conhecido como a Guarda Pretoriana, além de colocar nos comandos das tropas apenas pessoas de sua confiança.
    Deu-se início no governo de Otávio Augusto a um longo período de calma e prosperidade, conhecido como a "Paz Romana", que se prolongou até o século II. Com a riqueza que fluía das Províncias, investiu-se nas artes de um modo geral, arquitetura, pintura, escultura, literatura, quase sempre voltadas para glorificar Roma e seus Imperadores. Grandes obras foram realizadas como os aquedutos, pontes, estradas, templos, anfiteatros e arcos do triunfo, voltados para homenagear Imperadores que se saíram vitoriosos em alguma batalha.
   Houve um grande avanço econômico, principalmente no comércio, que era realizado entre todas as Províncias. Entretanto a "Paz Romana", que significava um momento de calmaria sem conflitos, era na realidade uma "Paz Armada", pois para as Províncias foram enviados numerosos exércitos que impediam qualquer foco de rebelião. O mesmo ocorria nos grandes centros urbanos, pois a população continuava vivendo em condições precárias, o desemprego aumentava assim como a fome e a miséria. Essa situação era amenizada pela política do "pão e circo", que visava diminuir as tensões sociais. No decorrer dos dois séculos que sucederam a morte de Otávio Augusto (30 a.C. a 14 d.C), quatro dinastias ocuparam sucessivamente o poder em Roma. Foram elas:


• Dinastia Júlio-Claudiana (14 a 68 d.C.)
• Dinastia Flávia (68 a 96 d.C.)
• Dinastia Antonina (96-193 d.C.)
• Dinastia Severa (193-235 d.C.)


     A transferência de poder entre uma dinastia e outra, nunca se deu de forma pacífica, geralmente, resultava em guerras civis envolvendo exércitos e senadores. Entre a dinastia Antonio e dos Severos, houve sangrentas lutas e num prazo de um ano, Roma teve quatro Imperadores (Juliano, Niger, Clódio Albino e Sétimo Severo).

Júlio César

    Caio Júlio César (12.07.100 - 15.03.44 a C.) pertencia ao ramo pobre de uma das mais antigas famílias patrícias de Roma, a “gens Lulia”. Como patrício, ocupa vários cargos públicos e começa a ser notado por sua eficiência. Conseguiu reconciliar dois rivais poderosos, Crasso e Pompeu, que tinham em comum o descontentamento contra o Senado, e formou com eles um triunvirato.
    Em 59 a C.César é eleito cônsul. Ratificou as conquistas de Pompeu no Oriente e garantiu a Crasso vantagens na Ásia. Durante sua gestão no consulado tomou medidas populares que lhe aumentavam o prestígio. No fim de seu período de consulado, atribuiu-se o governo da Gália Cisalpina e da Ilíria. Conquistou a Gália (58-51 a C.), conseguindo a rendição do herói gaulês Vercingetórix (52 a C.)
    Construiu um império que agora podia rivalizar com as conquistas de Pompeu no Oriente. Com a morte de Crasso o triunvirato é dissolvido e passa a haver uma rivalidade entre Pompeu e César. Pompeu aproxima-se do Senado contra as ambições de poder absoluto de Julio César, e acaba sendo designado cônsul único pelo Senado. Isto contrariava as leis de Roma e provocou o retorno de César, que fez com que Pompeu e o Senado abandonassem Roma. César luta abertamente contra Pompeu. Este ultimo é morto em 48 a C., e seus partidários são derrotados em 46 e 45 a C. César retorna triunfante a Roma e aspira ao poder absoluto. Torna-se Ditador, promove mudanças na administração e reforma o calendário. César lançou as bases do Império Romano. No dia 15 de março de 44 a C., César tombou no Senado, vitima de uma conspiração articulada por Cássio e Bruto, este último um protegido de César. Seu assassinato desencadeia novo período de guerras civis, sobressaindo-se um sobrinho-neto de Julio César, Otávio. Este, juntamente com Marco Antonio e Lépido, formam um segundo triunvirato (43 a C.).
    Lépido foi preso por Otávio, Marco Antonio vai lutar no Oriente e é seduzido por Cleópatra, no Egito, passando a ter uma vida de tirano no Oriente. Indignados os romanos apóiam Otávio que move guerra contra Marco Antonio e Cleópatra, que se suicidam por ocasião da derrota de Ácio (31 a C.). Otávio retorna a Roma e torna-se príncipe e imperador. Findava a Republica Romana.

Formação e Expansão do Império Romano

Conseqüências da Expansão Romana as conquistas territoriais provocam uma alteração significativa em Roma. Aumentam o luxo, a riqueza, o número de escravos disponíveis e os latifúndios, que eram distribuídos como forma de recompensa aos oficiais vitoriosos. Ocorre um empobrecimento da plebe e dos pequenos agricultores. Aumentam as tensões sociais que assinalam o início de um período de guerras civis, cujo desenlace foi à crise da República e a implantação do Império. Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios.

Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.

Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina. Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.

Música na Romana Antiga

  Sabe-se menos sobre a música da Roma antiga do que sobre a música da Grécia antiga. A arte musical grega, que embora tenha deixado escassos exemplos registrados (apenas cerca de 40 fragmentos), persiste em diversas descrições e num sistema bastante bem desenvolvido, mas da música romana nos chegaram ainda menos relíquias, e suas características ainda permanecem em grande parte no terreno da conjetura.
  Os romanos não eram muito originais no que diz respeito à arte, tendo importado a maior parte das técnicas e referências estilísticas da Grécia, como se pode ver pelos exemplares remanescentes de escultura e pintura. Não é possível afirmar com certeza se isso se repetiu na música, embora seja bastante provável. Mas ao contrário dos gregos, sabe-se que não havia uma forte associação de ética e música entre os romanos.
  A despeito desta dependência, há registros sobre a largamente difundida presença de música em todas as ocasiões da vida romana, desde em manobras militares e nos grandes festivais, onde havia performances em larga escala que incluíam centenas de instrumentistas e usando instrumentos de enormes dimensões, como kitharas construídas do tamanho de carruagens, até o uso discreto e doméstico de instrumentos solo. Concursos musicais eram comuns e a educação em música era considerada um sinal de distinção social.
  Supõe-se que eles tenham empregado em sua produção sonora o sistema grego dos modos, e que a prática teria sido principalmente monódica. A música vocal teria imitado o padrão grego, embora adaptado ao ritmo peculiar da prosódia latina. Igualmente não é claro o grau de participação de outros elementos exógenos na cultura musical romana, e pode-se imaginar que tenha havido alguma troca de influências com os etruscos, asiáticos, africanos e povos bárbaros do norte da Europa, integrantes de regiões que com o tempo foram sendo anexadas ao Império em expansão. Uma das causas para as grandes lacunas existentes em nosso conhecimento sobre a música romana é o desagrado com que os primeiros cristãos encaravam o teatro, os festivais e os ritos pagãos, suprimidos assim que o cristianismo se tornou a religião oficial, junto com sua música.
  É possível que os romanos tenham imitado também o sistema notacional dos gregos para transcrever suas composições, usando quatro letras para indicar quatro notas em sucessão que perfaziam um tetracorde. Sinais auxiliares acima das letras indicariam a duração e o ritmo. Não se sabe em que extensão anotavam a sua música. A arte do período deixou diversas representações de músicos, mas nenhum deles lê qualquer partitura, e só foi descoberto até agora reduzidíssimo número de fragmentos escritos, em sua maior parte procedentes do Egito helenístico, com uma variante da notação grega tradicional, e podem mesmo ser de origem grega e não romana. É possível que os neumas medievais tenham evoluído da obscura notação romana anterior. Boécio escreveu sobre música, mas seu trabalho é antes uma descrição da música grega do que um retrato da música romana de sua época.
  Instrumental:

     - Sopro

- Bucina e cornu, grandes e delgados tubos de bronze em forma da letra G, envolvendo o corpo do executante, e podia ou não ter uma barra transversal de apoio. Tinha seção cônica e um bocal também cônico. Também é de herança etrusca.Tuba. Não era como as modernas tubas, mas possuía um longo tubo cilíndrico de bronze com um final que se abria de súbito em uma forma de sino, semelhante ao trompete. Tinha um bocal removível cônico e nenhuma válvula, o que permitia apenas a produção de uma série simples de sobretons, sendo um instrumento basicamente de uso militar aparentemente herdado dos etruscos. O comprimento dos exemplares descobertos fica em torno dos 130 cm.-Tibia. Uma versão latina do aulos grego, usualmente duplo, com palheta e um bocal único para manter os início dos dois tubos juntos na boca do músico. Reconstruções modernas indicam que produzia um som baixo, como o do clarinete.-Ascaule, phusale e utriculium, tipos de gaita de foles.
-Flautas e flautas de Pã, semelhantes ao exemplares modernos.


     - Cordas

-Lira: tomada dos gregos, era uma espécie de harpa com um arcabouço feito com o casco de tartarugas, e um número variável de cordas que eram beliscadas com os dedos.-Kithara, que gradualmente substituiu a lira no gosto romano, semelhante a esta mas com uma caixa de ressonância maior, sendo tocada com um plectro. Era um dos instrumentos favoritos, sendo usado em diversas ocasiões, tanto públicas como privadas, e seus virtuoses era capazes de levar o público às lágrimas.-Alaúde, um precursor das guitarras modernas. Na época romana tinha três cordas e não era muito popular, embora fosse mais fácil de tocar que a lira ou a kithara.
   
     - Percurssão


Era uma das seções mais ricas do instrumentarium romano, com uma profusão de tipos de sinoschocalhossistroscímbalostímpanos e tambores, usados em todas as ocasiões. Há indícios de que a música romana era fortemente rítmica, e a percussão deve ter desempenhado um papel importante na marcação do tempo.


     -Órgãos

Representado em mosaicos e em fragmentos preservados em museus, o órgão romano parece ser um intermediário entre a gaita de foles e os órgãos como os conhecemos hoje. Não se conseguiu esclarecer seu mecanismo de ação. Um tipo especialmente interessante é o hydraulis, um órgão que trabalhava com a pressão da água. Também foi herdado dos gregos, e existe um bem preservado modelo em argila encontrado em Cartago em 1885. Reconstruções modernas produzem um som suave e doce, adequado para acompanhamento de música vocal.

Ouça algumas músicas romanas :

http://www.youtube.com/watch?v=bbM0Uj84-8c

http://www.youtube.com/watch?v=b1CqyaZkgtc

http://www.youtube.com/watch?v=RAzWAGvqoUM


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Arte Romana

A arte romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular e voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza.
Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções. 


ARQUITETURA
As características gerais da arquitetura romana são:

• busca do útil imediato, senso de realismo;
• grandeza material, realçando a idéia de força;
• energia e sentimento;
• predomínio do caráter sobre a beleza;
• originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.

As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções:

1) Religião: Templos Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto. 

2) Comércio e civismo: Basílica A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro a cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto. 

3) Higiene: Termas Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho, eram centro de reuniões sociais e esportes. 

4) Divertimentos: 
a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos: jogos circenses - corridas de carros; ginásios - incluídos neles o pugilato; jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo; jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por escravos; Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus Maximus". 
b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis. 
c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé. 

5) Monumentos decorativos 
a) Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em Inícionagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore, construído no Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém. 
b) Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixos-relevos no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os partos. 

6) Moradia: Casa Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio. 


PINTURA
O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos. 
Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore. 
Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural. 
Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes. 
Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral. 


ESCULTURA
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os Inícions da sociedade. Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos. 
Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para os invasores germânicos. 


MOSAICO
Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções de clara matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma certa parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os mosaicos viessem a prevalecar sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornar-se-ão essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs.

Lista das Legiões Romanas

Estas são as principais legiões do Império romano; no início as legiões não eram organizações nomeadas permanentes.

Legio I - referida como a "I Germanica" – 48 a.C. até 70 d.C.(rebelião Bataviana)- Julius Caesar 
Legio I Adiutrix - 68 d.C até 444 d.C 
Legio I Italica - 22 de setembro de 66 d.C até o século V - Nero 
Legio I Macriana liberatrix – 68 até 69 d.C., - Lucius Clodius Macer, Governador da Africa 
Legio I Minervia - 82 d.C. até o século IV - Domiciano. 
Legio I Parthica - 197 d.C. até o século VI - Septimius Severus 
Legio II Adiutrix pia fidelis - 70 d.C. até o século III - Vespasiano 
Legio II Augusta - Década de 30 a.C. 
Legio II Italica - 165 d.C. até o se´culo V - Marcus Aurelius 
Legio II Parthica – 197 d.C. até o século IV - Lucius Septimius Severus 
Legio II Traiana fortis - 105 d.C. até o século V - Trajano 
Legio III Augusta - 43 a.C. até o século V - Augustus 
Legio III Cyrenaica - 36 a.C. até o século V - Marcus Antonius 
Legio III Gallica - 49 a.C. até o século IV - Julius Caesar 
Legio III Italica - 49 a.C. até o século IV - Marcus Aurelius 
Legio III Parthica - 197 d.C. até o século V - Lucius Septimius Severus 
Legio IV Flavia firma - Veja Legio IV Macedonica 
Legio IV Macedonica - 48 a.C até 70 a.C (desbaratada por Vespasiano) - Julius Caesar 
Legio IV Scythica - 42 a.C. até o século V - Marcus Antonius 
Legio V Alaudae - 52 a.C até 70 d.C (destruída na rebelião Bataviana) - Julius Caesar 
Legio V Macedonica 
Legio VI Ferrata 
Legio VI Victrix 
Legio VII Claudia 
Legio VII Gemina 
Legio VIII Augusta - 59 a.C até o século IV - Caesar 
Legio IX Hispana - 58 a.C até 160 d.C - provavelmente Julius Caesar 
Legio X Equestris – 58 a.C até o século V - Julius Caesar 
Legio X Fretensis 
Legio X Gemina - 58 a.C. até o século V - Julius Caesar 
Legio XI Claudia - Octavian
Legio XII Fulminata - Caesar 
Legio XIII Gemina - 57 a.C. até o século V - Julius Caesar 
Legio XIV Gemina - Octavian 
Legio XV Apollinaris - Octavian 
Legio XV Primigenia - 39 d.C. até 70 d.C. (destruída na rebelião Bataviana) - Caligula 
Legio XVI Gallica - Octavian 
Legio XVI Flavia Firma 
Legio XVII - 41 a.C até 9 d.C. – destruída na batalha da floresta de Teutoburg - Augustus 
Legio XVIII - 41 a.C até 9 d.C. – destruída na batalha da floresta de Teutoburg - Augustus 
Legio XIX - 41 ou 40 a.C. até 9 d.C. – destruída na batalha da floresta de Teutoburg - Augustus 
Legio XX Valeria Victrix – 25 d.C. até o século III - Augustus 
Legio XXI Rapax - 31a.C. até 92 d.C (destruída em Pannonia) - Augustus 
Legio XXII Deotariana - 48 a.C. até 133 d.C. (destruída pela rebelião judaica) - Deiotarius 
Legio XXII Primigenia - 39 d.C até o século III - Caligula 
Legio XXX Ulpia Victrix - 105 d.C. até o século V - Trajano



A Beleza da Mulher Romana

Quanto mais o Império crescia, mais alto terão as mulheres romanas erguido a cabeça, graças aos extravagantes estilos de penteados que a moda ditava.

 Com o desenvolvimento da sociedade romana os penteados sofreram vários estilos desde a república original até a cabeça da senhora fina do período flaviano (finais do século I d.C.), encimada por um colosso de caracóis, meticulosamente penteados.



 A maquiagem podia ser igualmente elaborada, com uma base de lanolina, a gordura extraída da lã virgem, por sobre a qual eram cuidadosamente colocadas camadas de vermelho-terra ou esbranquiçado carbonato de chumbo ou cré.

 Antimónio escuro era aplicado como uma máscara em torno dos olhos, e eram usados hematite e outros minerais como enchimento, para proporcionar um brilho multicor.



 A austeridade exigida pela tradição romana fez com que os vestidos tivessem sobrevivido, em especial as graciosas linhas da sua stola(vestido). Mas na beleza das romanas não ficaria bem se não usassem uma grande quantidade de joalharia sumptuosa – diademas, brincos, braceletes, pulseiras de tornozelo (tal como hoje) e anéis –, bem como umpallium (casaco de passeio) colorido. Com um penteado que por si só constituía uma obra de arte, e todo aquele ouro e jóias a mulher romana rica, era uma boa montra da riqueza da família.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

História da Medicina Romana

As dissecações humanas de Herófilo e outros em Alexandria não foram repetidas por muito tempo. Em Roma a dissecação de cadáveres era proibida por lei. Os romanos normalmente desdenhavam os médicos e acreditavam que o tratamento dos doentes deveria ocorrer no seio da família. Sua contribuição para a medicina moderna: saúde pública. As habilidades de engenharia dos romanos, combinadas com uma obsessão por limpeza, resultaram em imensos sistemas públicos de água e esgoto. Os romanos não entendiam por que o saneamento era importante, mas notavam que ajudava a conter as doenças.

Banhos romanos Os romanos deixaram sua marca na Inglaterra, na forma de habilidades de engenharia para a criação de banhos elaborados a partir de fontes de águas termais. Aqui vemos os banhos romanos em Bath, Inglaterra, ca. 1890-1900.


A elite romana tinha conhecimento da medicina grega. Celso, um proprietário de terras do século I d.C., escreveu uma história abrangente da medicina, voltando à Guerra de Tróia. Algumas partes desse trabalho tratam de cirgurgia, e uma oferece uma descrição notável dos sinais de infecção em feridas cirúrgicas.
O médico mais famoso da era Romana foi Galen, que foi gladiador e depois serviu ao imperador Marco Aurélio. Galen compilou um texto médico cuja influência perdurou por 1.500 anos. Ele enfatizou o conhecimento anatômico. Seu trabalho está cheio de observações notadamente detalhadas e precisas do sistema nervoso, por exemplo. Contudo, ele dissecava apenas animais, e cometeu muitos erros fundamentais que não foram refutados por séculos. O mais notável é que ele acreditava que havia dois sistemas sanguíneos no corpo, sangue arterial emanando do coração e sangue venoso emanando do fígado. Ele também acreditava que o sangue passava do ventrículo direito para o esquerdo do coração através dos poros do septo.
Opera Omnia Esta xilogravura de uma edição de 1550 do Opera Omnia de Galen apresenta uma variedade de procedimentos médicos, incluindo odontologia e tratamento de ferimentos.

Sangria A sangria era um tratamento médico comum nos primórdios da medicina moderna. Esta xilogravura mostra uma mulher recebendo esse tratamento.

A sangria, para curar desequilíbrios humorais, era um tratamento usado nas medicinas tradicionais tanto da Índia quanto da Grécia. Esse tratamento envolvia literalmente retirar sangue do paciente, às vezes utilizando sanguessugas para sugar o sangue. Galen foi um particular entusiasta da sangria. Enquanto Hipócrates sugeriu o tratamento de febres por inanição (“fome para febres, alimento para resfriados” é uma formulação familiar), Galen prescrevia a drenagem de sangue das veias para resfriar o corpo. Se a doença fosse grave, ele recomendava o sangramento duas vezes por dia, a segunda vez drenando sangue até o paciente desmaiar.
Galen também receitava muitos remédios herbáceos, que ele mesmo preparava. Um deles, chamado teriaga, era um composto de mais de 70 ingredientes na época de Galen. Mais tarde, passou a ser composto de mais de 100 drogas (incluindo ópio), e era usado como um antídoto multiuso. A teriaga figurava em farmacopéias (livros que relacionam tratamentos medicamentosos) até o século XIX. Talvez este seja o ponto mais importante relacionado a Galen. Seu trabalho, incluindo suas concepções equivocadas, dominou o conhecimento e a prática médica na Europa por muito tempo.
Roma não foi o único lugar onde as noções gregas sobre a medicina criaram raízes. As práticas gregas formaram a base da prática médica no mundo islâmico. 
Composto herbáceo teriacal de Galen O composto herbáceo teriacal tinha entre 70 e 100 ingredientes. Ele foi usado desde os tempos de Galen até o século XIX. Essa reprodução em cores de uma xilogravura mostra boticários preparando o composto.

Rémedio da Roma Antiga

Pesquisadores italianos encontram, em barco naufragado há mais de 2 mil anos, amostras de comprimidos provavelmente usados para tratar infecções nos olhos. A rara descoberta mostra como a medicina contava com sofisticadas formulações já no século 2 a.C.

Antigos navios naufragados podem esconder valiosos tesouros. É o caso do Pozzino, barco afundado há mais de 2 mil anos na costa italiana. O que cientistas encontraram na embarcação, contudo, poderia decepcionar aqueles em busca de moedas, joias ou objetos de ouro. O conteúdo de um pequeno pote recuperado pelos pesquisadores da Superintendência de Patrimônio Arqueológico da Toscana é uma maravilha de outro tipo: seis comprimidos que se revelaram um remédio utilizado pelos romanos antigos, provavelmente para tratar infecções nos olhos.

A descoberta empolga os especialistas por ser muito rara. Na arqueologia, é difícil encontrar medicamentos milenares, ainda mais conservados de forma a permitir uma análise detalhada de sua composição química. “A maior parte das informações sobre esse tipo de produto vem dos antigos escritores, como Theophrastus (de 371 a 286 a.C.); Plínio, o Antigo; e Dioscórides (ambos do 1º século d.C.)”, explica Gianna Giachi, autora principal do estudo sobre o achado, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

O Pozzino data do período entre 140 a.C. e 130 a.C. e, segundo a pesquisadora, teria sido usado como embarcação de comércio da Grécia para o Mediterrâneo. Seus restos foram descobertos em 1974, mas as escavações arqueológicas só começaram em 1989. Foi quando a equipe italiana encontrou alguns objetos profissionais que indicavam a presença de um médico no navio no momento em que ele naufragou. “Próximo à fechadura de ferro de uma caixa de madeira, que foi completamente destruída, foram encontrados uma lata de estanho e 136 frascos de madeira. Provavelmente, eles foram mantidos no interior da caixa com um pouco de pedra da moratória, uma sonda de ferro e um recipiente de bronze para derramar o sangue usado nas sangrias”, detalha Giachi. Ao abrirem a lata de estanho, os arqueólogos encontraram ainda tabletes em forma de disco quase intactos.

De acordo com a autora, a preservação da medicina do século 2 a.C. foi possível devido à falta de oxigênio dentro das latas em que estavam os comprimidos. Com o material conservado, os pesquisadores puderam analisar um pedaço do tablete e revelar a presença de pólen, aveia, gordura animal e vegetal, resina de pinheiro e, principalmente, compostos de zinco. “Os resultados desse trabalho destacam a continuidade, até os dias de hoje, do uso de compostos de zinco — carbonato e hidrocarbonato — no tratamento de doenças humanas, especialmente nas áreas dermatológicas e oftálmicas”, defende Giachi.

Colírio
Além disso, a pesquisa evidencia o cuidado de quem preparou o composto na escolha de uma complexa mistura de produtos — provavelmente azeite, amido, fibras de linha e resina — a fim de obter o efeito terapêutico desejado e ajudar na preparação e na aplicação do medicamento. As fibras de linho foram identificadas por meio da observação no microscópio de luz e eletrônico e, segundo Giachi, foram úteis para manter o material do comprimido compacto no momento em que fosse aplicado na superfície doente.

Ela acrescenta que, além das substâncias presentes no comprimido, o seu formato de tablete também é uma forte evidência que corrobora com a tese de que se tratava de um remédio para os olhos. “Collyrium, em latim, vem do nome grego kollyrion, cujo significado indica pequenos pães redondos, que é precisamente a forma das pastilhas de Pozzino”, menciona.
Normalmente, costuma-se pensar no colírio como um líquido, entretanto Micheline Marie Meiners, professora de farmácia da Universidade de Brasília (UnB), explica que a forma sólida do medicamento facilita o seu transporte. “Eles poderiam não ter condições de levar muito líquido no barco, então levavam a pastilha. Quando precisassem, podiam dissolver em água e fazer a aplicação no olho”, avalia. Para ela, a descoberta é de grande importância para a farmácia, já que a maioria das evidências da medicina nessa época são decorrentes somente das fórmulas dos remédios descritas em papiros. “Para nós, é muito interessante saber que, há 2 mil anos, já existiam essa forma de pastilha e uma embalagem farmacêutica para conservar melhor o medicamento”, comenta Meiners. Outro aspecto que impressiona a pesquisadora é a presença nas pastilhas de marcas impressas, o que, provavelmente, fazia referência ao médico ou ao boticário que preparou o produto. “Todo comprimido de hoje tem a marca do fabricante, e esse estudo mostra que já havia essa preocupação antes. A marca é importante para mostrar quem preparou aquela fórmula, por motivo de segurança e também para divulgação do profissional”, explica.

Até hoje a farmácia utiliza bastante o zinco como matéria-prima devido à sua propriedade moduladora para a imunidade. Como os marinheiros que permanecem muito tempo a bordo costumam ter frequentemente problema de baixa imunidade, o elemento seria importante para afastar as doenças. Já a resina do pinheiro encontrada nas pastilhas pode ter desempenhado o papel de conservante natural e possibilitado sua preservação por muito tempo. “O que esse achado pode estar demonstrando é que os medicamentos preparados da forma correta e bem conservados podem durar milênios”, ressalta a farmacêutica Meiners.

Fitoterapia

Para Francisco Marshall, historiador e especialista em civilização antiga da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o caso do medicamento de Pozzino mostra um conhecimento muito particular e surpreendente dos antigos. “A medicina romana era complexa e poderosa. Possuía muitos ramos e conseguia absorver conteúdos dos vários povos e territórios conquistados, sobretudo do Egito.” Segundo Marshall, há 2 mil anos, a medicina romana e a turca já tinham adquirido muita maturidade científica, com um método que surgiu ligado ao início da astronomia e da astrologia. “Depois, esse método reapareceria na alquimia. O mundo grego, por exemplo, foi marcado por vários centros médicos, com um conjunto de teorias e uma série de tratamentos diferentes. Havia uma diversidade de escolas muito grande”, acrescenta.

Sobre a estruturação do conhecimento farmacêutico e médico, Micheline Meiners conta que foram os romanos, os gregos e os árabes que mais desenvolveram os remédios no formato adotado no ocidente. “A estruturação oriental é diferente, mas também é muito forte. O homem sempre buscou a cura para as suas doenças por meio da fitoterapia. Em cada grupo, seja de indígenas, romanos, gregos ou chineses, sempre há uma pessoa com o poder da cura. Mas alguns grupos desenvolveram um conhecimento um pouco menos empírico do que outros”, afirma.

Meiners pondera que, hoje, a farmácia não utiliza mais essas fórmulas naturais, já que a revolução industrial mudou a terapêutica e inseriu uma corrente em que os medicamentos são feitos a partir de produtos químicos. “Antes, existia muito remédio de origem vegetal e mineral. Com a industrialização, teve início o estudo das estruturas químicas e, no século 20, começou a sintetização dos compostos. Hoje, nós isolamos os produtos e combinamos moléculas para conseguir estruturas sintéticas. É a evolução da ciência por meio da química.”
Atualmente, os comprimidos encontrados no Pozzino e todos os outros materiais coletados estão conservados na Toscana, no Museu Arqueológico do Território de Piombino. Segundo Gianna Giachi, o próximo objetivo é analisar outros produtos antigos para comparar os resultados obtidos com os ingredientes que estavam disponíveis na época.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O exército romano


As conquistas do Império Romano deveram-se principalmente à firmeza e à disciplina de seus exércitos. A maior unidade de exercito era a legião, que contava com 4.800 soldados cada uma. No apogeu do Império, a Paz Romana era defendida por trinta legiões, ou seja, 144 mil soldados.

Os legionários eram muito hábeis na construção de pontes flutuantes para atravessar os rios. Essas pontes e a capacidade de manter um ritmo de marcha de mais ou menos 32 quilômetros por dia permitiam que as legiões se movimentassem muito depressa.
O legionário protegia-se com um capacete e uma e uma couraça. As pernas e os joelhos também tinham proteção. No braço esquerdo usava um escudo de madeira coberto de couro. Nos pés calçava sandálias de couro com pregos de ferro nas solas.
As armas ofensivas eram três: o pilo (tipo de lança com cerca de dois metros), o gládio (espada curta de lâmina pontiaguda com dois gumes) e o punhal.

Gládio romano

Faziam parte também, do equipamento do legionário utensílios e ferramentas (cantil, caçarola, marmita, pá, enxada, foice, etc.), além de alimentos (cereal), roupas e um estojo de primeiros-socorros. Todo equipamento pesava cerca de 40 quilos e era transportado numa espécie de armação de madeira e metal em forma de T.
A maioria dos soldados no tempo do império  eram voluntários, isto é, alistavam-se no exército porque queriam e não porque fossem obrigados. Para ser legionário era preciso ser  cidadão romano e ter pelo menos 1,74m de altura. O candidato quando aceito, ia para um acampamento onde treinava marcha, cavalgada, nado e combate.
             

      

Economia


A economia do império Romano teve como base uma única moeda corrente, a cobrança de baixas tarifas alfandegárias e uma rede de estradas e portos protegidos. Tudo isso para facilitar as trocas comerciais entre as várias regiões.
Embora a agricultura fosse a atividade econômica mais importante do mundo romano, o comércio marítimo de produtos de subsistência, exóticos ou de luxo foi bastante expressivo.
Roma, centro do império, consumia cereais importados da Sicília e da África, e azeite de oliva proveniente em especial da região correspondente à Espanha e ao Egito. Os mármores coloridos, utilizados nas principais construções e em esculturas da capital e de outras cidades, vinham da Ásia e do norte da África.
O comércio de cerâmica, cujo principal centro de produção era Arezzo, na Itália, abastecia o mercado romano, bem como as províncias ocidentais, as do norte e o sudeste do império.
A produção em fábricas era praticamente desconhecida. Em sua maioria, os artigos eram confeccionados por artesãos, que trabalhavam com uma pequena produção e muitas vezes diretamente para os usuários das mercadorias encomendadas. Já as oficinas que fabricavam moedas eram de propriedade do imperados e organizadas por seus funcionários.


Moeda romana em ouro representando as duas faces de Janus - 225-212 a.C.


Moeda romana

Ciências e tecnologia

O desenvolvimento que os romanos alcançaram nas ciências foi bastante limitado e sofreu marcante influencia dos gregos. A medicina somente passou a ter um caráter científico depois que os primeiros médicos gregos se estabeleceram em Roma; a matemática e a geometria que os romanos conheceram também não alcançaram progresso significativo.
Na astronomia, as noções alcançadas pelos romanos também não ultrapassaram aquelas herdadas da Grécia. Eles sabiam da existência de cinco planetas e tinham idéias não muito precisas a respeito do movimento da Lua em torno da Terra. Seus conhecimentos astronômicos permitiram que, no tempo de César (em 46 a.C.), fosse elaborado um novo calendário – o calendário Juliano – que sobreviveu até os fins do século XVI (1582), sendo substituído pelo calendário gregoriano, devido ao papa Gregório XIII.  Esse calendário, que não é muito diferente do Juliano, foi adotado porque os astrônomos descobriram algumas inexatidões no antigo calendário romano.
A medição do tempo, para os romanos, apresentava dificuldades que somente puderam ser superadas séculos mais tarde. Os dias eram divididos em 24 horas (12 diurnas, 12 noturnas). Os relógios existentes mostravam as horas pelo deslocamento da sombra em relação à posição do Sol durante o dia.
Os romanos numeravam as horas contando-as a partir do nascer do Sol. Assim, o clarear do dia acontecia na primeira hora; a sexta-hora correspondia ao meio-dia; a nona hora equivalia ao meio da tarde, e assim por diante.
Os dias dos meses foram divididos em fastos e nefastos. Dias fastos eram considerados inteiramente favoráveis; nefastos, os dias negativos para algumas atividades, como as comerciais (por exemplo, o comércio não podia funcionar naqueles dias).
Os primeiros dias do mês eram denominados calendas; os dias 5 e 7 chamavam-se nonas; e os dia 13 e 15 recebiam o nome de dos. Eram considerados de má sorte os meses de março, maio e metade de junho.
A geografia entre os romanos foi inteiramente baseada nos ensinamentos aprendidos dos gregos, e a cartografia limitou-se ao conhecimento e à elaboração de itinerários; mapas rudimentares que indicavam, unicamente, os percursos que ligavam diferentes lugares do império.
Na história, os romanos limitavam-se à narração dos fatos acontecidos em épocas determinadas. Os historiadores procuravam, ainda, destacar um sentido moral, extraído dos episódios estudados. Entre os historiadores romanos, tiveram destaque Tito Lívio, Tácito e Suetônio.
Foi na ciência do direito que se revelou o gênio dos romanos antigos. Em 450 a.C., ocorreu a promulgação da Lei das Doze Tábuas, o primeiro código escrito de leis elaborado em Roma. Durante quase um milênio, a partir daquela data, o direito romano sofreu uma evolução contínua, cujo apogeu foi marcado pela elaboração do Código de Justiniano, em 535 d.C., quando o Império do Ocidente já havia sido invadido pelos bárbaros.

O papel das mulheres

As mulheres, independentemente da classe social a que pertenciam, eram educadas primeiramente para ser esposas e mães. Era responsabilidade das mulheres mais abastadas a administração de suas casas, dos escravos e a criação dos filhos. Em hipótese alguma poderiam participar das decisões políticas. Além disso, deveriam ensinar às suas filhas a arte de fiar, tecer e preparar a comida.
As mulheres de classes menos favorecidas podiam trabalhar ao lado de seus maridos ou administrar seu próprio negócio, quando solteiras. Existia ainda um grupo de mulheres virgens que dedicava toda a vida a zelar pela chama sagrada de Vesta, deusa do fogo,. As vestais, como eram chamadas, deixavam suas famílias entre os 6 e os 10 anos para passar aproximadamente 30 anos vivendo ao lado do templo, sem que pudessem casar. Diferentemente de outras mulheres, as vestais não tinham de obedecer aos pais ou maridos, possuíam o direito de se sentar nos melhores lugares nas lutas de gladiadores e eram tratadas com respeito pelo sexo oposto.

A infância em Roma


Assim como na Grécia, a educação dos romanos variava de acordo com a classe social e o sexo.
           
Os meninos das classes privilegiadas aprendiam a ler e a escrever em latim e grego com seus preceptores, isto é, com professores particulares. Além disso, deviam ter conhecimentos de agricultura, astronomia, religião, geografia, matemática e arquitetura.
Em relação aos meninos das classes menos abastadas, isso mudava de figura. A maioria, que não podia dispor de tempo integral para os estudos, dedicava-se ao trabalho agrícola ou artesanal.
O abandono de crianças, tão comum nos dias de hoje, também existia na Roma Antiga, e as causas eram variadas. Abandonados, meninos e meninas estavam destinados à prostituição ou à vida de gladiadores, treinados para enfrentar leões, tigres e outros animais perigosos. Outros ainda se tornavam servos.
Ricos e pobres abandonavam os filhos na Roma antiga. As causas eram variadas: enjeitavam-se ou afogavam-se as crianças malformadas, os pobres, por não terem condições de criar os filhos, expunham-nos, esperando que um benfeitor recolhesse o infeliz bebê, os ricos, ou porque tinham duvidas sobre a fidelidade de suas esposas ou porque já teriam tomado decisões sobre a distribuição de seus bens entre os herdeiros já existentes.
Importante assinalar que, na Antiguidade, grega e romana, o infanticídio era praticado. A legislação da Roma imperial tentou condenar essa prática, e o imperador Constantino, desde 315 – reconhecendo a importância do fator econômico na prática do abandono por pais extremamente pobres -, procurou fazer funcionar um sistema de assistência aos pais, para evitar que vendessem ou expusessem seus filhos. Depois de 318 o infanticídio passou a ser punido com a morte.

Dicas de Roma

Acesse: http://dicasderoma.com.br/ , e veja as diversas opções de:
 -roteiros turísticos
 -Hotéis
 -Transportes
 -Restaurantes
 -Compras e tudo o que deve saber para ter uma boa estadia e evitar surpresas desagradáveis. 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Principais Deuses Romanos

 Esculápio- Deus da medicina.

 Plutão- Deus submundo e das riquezas dos mortos.

 Netuno- Deus dos mares

 Minerva- Deusa da sabedoria.

 Mercúrio- Deus mensageiro.

 Marte- Deus da guerra e Vènus- deusa da beleza e do amor.

 Júpiter-  Deus dos Deuses, senhor do universo e Juno- esposa de Júpiter, Deusa da força vital, Deusa dos Deuses.

 Fortuna- Deusa da riqueza e da sorte.

 Diana- Deusa da caça, muitas vezes relacionada com os ciclos da lua.

 Cupido- Deus do amor

 Baco - Deus do vinho, do lazer e do prazer.



Principais Imperadores Romanos

Lista dos principais imperadores romanos do Ocidente, governantes do Império Romano.


Nome: Otávio Augusto (primeiro imperador de Roma)
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 27 a.C a 14

Nome: Tibério
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 14 a 37

Nome: Calígula
Local de Nascimento: Anzio - Itália
Reinado: 37 a 41

Nome: Cláudio
Local de Nascimento: Gália (região da atual França)
Reinado: 41 a 54

Nome: Nero
Local de Nascimento: Anzio - Itália
Reinado: 54 a 68

Nome: Vespasiano
Local de Nascimento: Falacrina - Itália
Reinado: 69 a 79

Nome: Tito Flávio
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 79 a 81

Nome: Domiciano
Local de Nascimento: Roma
Reinado: 81 a 96

Nome: Trajano
Local de Nascimento: Italica, Hispânia Baetica (província romana) - atual Santiponce - Espanha)
Reinado: 98 a 117

Nome: Adriano
Local de Nascimento: Hispânia Baetica
Reinado: 117 a 138

Nome: Antonio Pio
Local de Nascimento: Lanuvio - Itália
Reinado: 138 a 161

Nome: Marco Aurélio
Local de Nascimento: Ucubi (Hispânia Baetica)
Reinado: 161 a 180

Nome: Cômodo
Local de Nascimento: Lanúvio - Itália
Reinado: 177 a 192

Nome: Septímio Severo
Local de Nascimento: Leptis Magna (província romana da África)
Reinado: 193 a 211

Nome: Caracala
Local de Nascimento: Gália (atual França)
Reinado: 198 a 217

Nome: Alexandre Severo
Local de Nascimento: Arca Caesarea - Judéia
Reinado: 222 a 235

Nome: Filipe, o árabe
Local de Nascimento: Shahba - Síria
Reinado: 244 a 249

Nome: Décio
Local de Nascimento: Budalia - Panônia
Reinado: 249 a 251

Nome: Valeriano I
Local de Nascimento: desconhecido
Reinado: 253 a 260

Nome: Galiano
Local de Nascimento: desconhecido
Reinado: 253 a 268

Nome: Póstumo
Local de Nascimento: Gália (atual França)
Reinado: 260 a 269

Nome: Cláudio II
Local de Nascimento: Mésia
Reinado: 268 a 270

Nome: Aureliano
Local de Nascimento: Dácia
Reinado: 270 a 275

Nome: Tácito
Local de Nascimento: Interamna - Itália
Reinado: 275 a 276

Nome: Próbo
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 276 a 282

Nome: Diocleciano
Local de Nascimento: Dalmácia
Reinado: 284 a 305

Nome: Maximiano
Local de Nascimento: Panônia (atual Sérvia)
Reinado: 286 a 305

Nome: Galério
Local de Nascimento: Dácia Aureliana
Reinado: 305 a 311

Nome: Constantino I
Local de Nascimento: Naissus
Reinado: 307 a 337

Nome: Licínio
Local de Nascimento: Moésia
Reinado: 308 a 324

Nome: Constâncio II
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 337 a 361

Nome: Juliano
Local de Nascimento: Constantinopla
Reinado: 361 a 363

Nome: Valentiniano
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 364 a 378

Nome: Graciano
Local de Nascimento: Panônia
Reinado: 367 a 383

Nome: Valentiniano II
Local de Nascimento: Mediolanum - Itália
Reinado: 375 a 392

Nome: Teodósio I
Local de Nascimento: Hispânia
Reinado: 379 a 395