sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

"A Paz Romana"

    Otávio que assumiu o poder em 31 a.C. se autoproclamou Imperador, a partir deste momento esse período da história romana passou a ser denominado pelos historiadores de Império. Para os romanos o regime político que se instituiu foi o Principado, em especial, porque Otávio era considerado princeps (primeiro cidadão de Roma), era ele quem tinha a primeira palavra no Senado.
    As instituições republicanas ainda existiam, porém todas elas estavam sob o seu controle, ele ocupava os principais cargos, indicava os senadores e outros magistrados, era chefe militar, decidia sobre todos os assuntos importantes e era a autoridade religiosa, recebendo em 27 a.C. o título de Augusto (consagrado, divino).
    O Senado portanto, passou a ser um órgão figurativo, não tinha mais nenhum poder de decisão. É muito importante compreender como que os Senadores permitiram essa concentração de poderes nas mãos de Otávio Augusto sem nenhuma objeção. Vamos lembrar que muitos deles foram nomeados pelo próprio Imperador, enfraquecendo a oposição. Com o desenvolvimento do comércio uma nova classe social, os equestres, passaram a compor a magistradura, funções anteriormente reservadas aos aristocratas, dando total apoio às decisões tomadas pelo governo. E por último, criou o seu próprio exército, com a função de protegê-lo, conhecido como a Guarda Pretoriana, além de colocar nos comandos das tropas apenas pessoas de sua confiança.
    Deu-se início no governo de Otávio Augusto a um longo período de calma e prosperidade, conhecido como a "Paz Romana", que se prolongou até o século II. Com a riqueza que fluía das Províncias, investiu-se nas artes de um modo geral, arquitetura, pintura, escultura, literatura, quase sempre voltadas para glorificar Roma e seus Imperadores. Grandes obras foram realizadas como os aquedutos, pontes, estradas, templos, anfiteatros e arcos do triunfo, voltados para homenagear Imperadores que se saíram vitoriosos em alguma batalha.
   Houve um grande avanço econômico, principalmente no comércio, que era realizado entre todas as Províncias. Entretanto a "Paz Romana", que significava um momento de calmaria sem conflitos, era na realidade uma "Paz Armada", pois para as Províncias foram enviados numerosos exércitos que impediam qualquer foco de rebelião. O mesmo ocorria nos grandes centros urbanos, pois a população continuava vivendo em condições precárias, o desemprego aumentava assim como a fome e a miséria. Essa situação era amenizada pela política do "pão e circo", que visava diminuir as tensões sociais. No decorrer dos dois séculos que sucederam a morte de Otávio Augusto (30 a.C. a 14 d.C), quatro dinastias ocuparam sucessivamente o poder em Roma. Foram elas:


• Dinastia Júlio-Claudiana (14 a 68 d.C.)
• Dinastia Flávia (68 a 96 d.C.)
• Dinastia Antonina (96-193 d.C.)
• Dinastia Severa (193-235 d.C.)


     A transferência de poder entre uma dinastia e outra, nunca se deu de forma pacífica, geralmente, resultava em guerras civis envolvendo exércitos e senadores. Entre a dinastia Antonio e dos Severos, houve sangrentas lutas e num prazo de um ano, Roma teve quatro Imperadores (Juliano, Niger, Clódio Albino e Sétimo Severo).

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