terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A Culinária Romana Antiga

Nos tempos da Roma antiga o acesso aos alimentos era extremamente difícil para as classes menos favorecidas. A análise e descrição da alimentação nos tempos de Roma devem ser feitas segundo as classes sociais. Para as classes mais pobres, tais como campesinos, soldados em batalha e a plebe das cidades, a alimentação básica era fria e crua, constituída por cereais e vegetais. Uma refeição fina para esta população seria representada por um prato quente (como um cozido), ainda que isto ocorresse raramente. As favas, lentilhas e hortaliças eram a base da cozinha diária. Um dos maiores problemas enfrentados pelos governos era a manutenção de um sistema de abastecimento de gêneros alimentícios para o povo, pois o abastecimento era irregular. Os nobres alimentavam aqueles que o serviam, como escravos e atendentes. Mas era o governo quem distribuía para o povo o trigo, o óleo, e às vezes as carnes de porco, quando as dificuldades eram maiores. As carnes vermelhas poderiam eventualmente ser consumidas pela plebe, mas os animais domesticados deveriam ser abatidos somente em cerimônias religiosas, o que dificultava o acesso a esses alimentos. Um dos hábitos dos ricos era servir animais inteiros assados, como leitões, javalis, cabritos e cordeiros, o que demonstrava seu poder e riqueza.
Entre o povo as refeições eram tomadas a sós, pois as casas não tinham suficiente espaço para acomodar convidados ou toda a família. A alimentação não era um hábito social de convivência. Já entre os ricos, os jantares eram compartilhados entre convivas, que eram fartamente brindados com pratos variados. Embora existam registros de que nos banquetes eram servidos desde pratos bem populares até as mais finas iguarias, em uma confusão generalizada de comidas, é certo também que, entre os mais ricos, já havia o hábito de se dividir o jantar (cena) em etapas ― as entradas (gustatio), os pratos principais (primae mensae ― carnes vermelhas ou peixe), pratos secundários (secundae mensae ― pães, lingüiças, morcelas, queijos, caracóis e mostarda) e as sobremesas (nozes, bolo com mel e frutas). Os romanos se alimentavam sentados à mesa, e a comida era geralmente levada à boca com as mãos. Já existiam copos de vidro, potes pintados à mão, potes de bronze, prata e até de ouro. Facas e colheres também eram fabricadas de ferro ou bronze, muitas vezes com cabos de ossos ou madeira, não sendo, entretanto, utilizados por todos.  Nas ruínas de Pompéia pode-se ver que as refeições eram tomadas tanto dentro quanto fora de casa, sempre em torno de braseiros, sobre os quais se penduravam os caldeirões. Os fornos de barro eram empregados quase sempre para se assar os pães. O processo era o de se colocar a lenha dentro do recinto, retirando-se o braseiro quando se introduziam os pães crus. Os alimentos doces e azedos eram os preferidos. O vinagre, frutas e mel eram ingredientes básicos. É sabido, hoje, que os romanos dos primeiros tempos tomavam uma só refeição principal diária, geralmente o almoço (cena). Pela manhã, não era usual se alimentarem e, quando o faziam, comiam um pedaço de pão e água. Denominavam esta refeição como ientaculum. Um tipo de lanche noturno diário era conhecido como vesperna. Alguns séculos depois o jantar passou a ser a principal refeição, e o prandium (almoço) era constituído por uma refeição ligeira.
Podem ser descritos, com segurança, os alimentos mais comuns entre os antigos romanos. São excepcionalmente diversos: açafrão, aipos, alcachofras, alfaces, alho, ameixas, amêndoas, anchovas, aspargos, atuns, avelãs, azeite, azeitonas, cabritos, camarões, carnes de boi, carnes de porco, carnes de vitela, carpas, cebola, cenouras, cerejas, chicória, coelhos, cogumelos, cominho, cordeiro, damascos, endívias, enguias, espinafres, esturjões, faisões, figos, frutos do mar, galinhas de Angola, galinhas, gamos, grãos de bico, lagostas, lebres, leites de diversos animais, lentilhas, linguados, maçãs, mel, menta, mostarda, nozes, ovos, patos, pêras, perus, pinhas, pistaches, polvos, pombos, queijos, rabanetes, sal, salmão, sardinhas, trufas, trutas, uvas e vinagre.

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