segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

História da Medicina Romana

As dissecações humanas de Herófilo e outros em Alexandria não foram repetidas por muito tempo. Em Roma a dissecação de cadáveres era proibida por lei. Os romanos normalmente desdenhavam os médicos e acreditavam que o tratamento dos doentes deveria ocorrer no seio da família. Sua contribuição para a medicina moderna: saúde pública. As habilidades de engenharia dos romanos, combinadas com uma obsessão por limpeza, resultaram em imensos sistemas públicos de água e esgoto. Os romanos não entendiam por que o saneamento era importante, mas notavam que ajudava a conter as doenças.

Banhos romanos Os romanos deixaram sua marca na Inglaterra, na forma de habilidades de engenharia para a criação de banhos elaborados a partir de fontes de águas termais. Aqui vemos os banhos romanos em Bath, Inglaterra, ca. 1890-1900.


A elite romana tinha conhecimento da medicina grega. Celso, um proprietário de terras do século I d.C., escreveu uma história abrangente da medicina, voltando à Guerra de Tróia. Algumas partes desse trabalho tratam de cirgurgia, e uma oferece uma descrição notável dos sinais de infecção em feridas cirúrgicas.
O médico mais famoso da era Romana foi Galen, que foi gladiador e depois serviu ao imperador Marco Aurélio. Galen compilou um texto médico cuja influência perdurou por 1.500 anos. Ele enfatizou o conhecimento anatômico. Seu trabalho está cheio de observações notadamente detalhadas e precisas do sistema nervoso, por exemplo. Contudo, ele dissecava apenas animais, e cometeu muitos erros fundamentais que não foram refutados por séculos. O mais notável é que ele acreditava que havia dois sistemas sanguíneos no corpo, sangue arterial emanando do coração e sangue venoso emanando do fígado. Ele também acreditava que o sangue passava do ventrículo direito para o esquerdo do coração através dos poros do septo.
Opera Omnia Esta xilogravura de uma edição de 1550 do Opera Omnia de Galen apresenta uma variedade de procedimentos médicos, incluindo odontologia e tratamento de ferimentos.

Sangria A sangria era um tratamento médico comum nos primórdios da medicina moderna. Esta xilogravura mostra uma mulher recebendo esse tratamento.

A sangria, para curar desequilíbrios humorais, era um tratamento usado nas medicinas tradicionais tanto da Índia quanto da Grécia. Esse tratamento envolvia literalmente retirar sangue do paciente, às vezes utilizando sanguessugas para sugar o sangue. Galen foi um particular entusiasta da sangria. Enquanto Hipócrates sugeriu o tratamento de febres por inanição (“fome para febres, alimento para resfriados” é uma formulação familiar), Galen prescrevia a drenagem de sangue das veias para resfriar o corpo. Se a doença fosse grave, ele recomendava o sangramento duas vezes por dia, a segunda vez drenando sangue até o paciente desmaiar.
Galen também receitava muitos remédios herbáceos, que ele mesmo preparava. Um deles, chamado teriaga, era um composto de mais de 70 ingredientes na época de Galen. Mais tarde, passou a ser composto de mais de 100 drogas (incluindo ópio), e era usado como um antídoto multiuso. A teriaga figurava em farmacopéias (livros que relacionam tratamentos medicamentosos) até o século XIX. Talvez este seja o ponto mais importante relacionado a Galen. Seu trabalho, incluindo suas concepções equivocadas, dominou o conhecimento e a prática médica na Europa por muito tempo.
Roma não foi o único lugar onde as noções gregas sobre a medicina criaram raízes. As práticas gregas formaram a base da prática médica no mundo islâmico. 
Composto herbáceo teriacal de Galen O composto herbáceo teriacal tinha entre 70 e 100 ingredientes. Ele foi usado desde os tempos de Galen até o século XIX. Essa reprodução em cores de uma xilogravura mostra boticários preparando o composto.

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